Cultura de Rua

De cozinheiro a produtor musical, como WillsBife se tornou uma das grandes promessas do rap nacional

Prestes a lançar a versão deluxe do álbum Febre Amarela, WillsBife conta detalhes desta produção e como foi seu início na música.

O produtor musical WillsBife, se prepara para lançar a versão deluxe do seu álbum Febre Amarela. Com lançamento  previsto para setembro e com participações de nomes como Derek, Duzz, Sueth e Vk Mac, Will pretende dar uma nova roupagem para o trabalho, mas com a mesma pegada versátil do primeiro projeto, com várias vozes.

No início deste ano, WillsBife já havia lançado o tão esperado álbum Febre Amarela, um disco repleto de artistas talentosos do cenário do rap nacional e carregado de expectativa do público. Com produção de três anos até chegar às plataformas digitais e muitas mudanças durante esse tempo o Febre saiu. Agora, o músico enfrenta o desafio de finalizar a versão deluxe desse trabalho. Mas o que poucos sabem sobre esse brasileiro de origem coreana é que lá no início de sua caminhada ele pensava mesmo era em ser cozinheiro.

Capa do álbum Febre Amarela

Na adolescência, o até então William Baik, chegou a trampar em vários restaurantes. No entanto, menor de idade e cheio de dúvidas na cabeça, decidiu que essa não era a vida que queria, e mergulhou de vez no mundo dos beats. Apesar de hoje ser um nome promissor no cenário da produção de rap no Brasil, Will comenta que sua carreira não foi planejada, ele apenas se esforçou e aconteceu.

Quando começou a cozinhar seus beats?

WillsBife começou sua carreira em 2015, mas conta que sempre teve incentivo na música desde a infância, quando sua mãe o colocou nas aulas de violão. Mal sabia ela que anos depois o seu filho seria uma das grandes promessas de um estilo musical até então pouco conhecido no Brasil, o trap. Do violão até os beats, Will percorreu um intenso caminho até ganhar visibilidade na cena.

Depois da certeza que queria seguir a profissão de produtor musical, WillsBife decidiu meter a mão na massa de uma vez por todas. No início, o aposentado cozinheiro e agora beatmaker, se aventurava no boombap. Isso por conta de suas referências da época. O moleque curtia principalmente os sons do Dr.Dre, Dj Premier e até do Pharrell Williams. Curioso saber disso, já que hoje seus maiores hits são na vertente do trap.  

A partir de que momento você percebeu que era bom no que fazia?

 “Mano, a partir do disco da Flora Matos, final de 2017, que eu falei: é isso que vou fazer!”.

Neste trabalho, WillsBife assinou algumas músicas como produtor, e com isso ganhou espaço no cenário nacional.

Após se tornar uma das grandes promessas nas produções de rap no Brasil, o produtor emplacou hits com milhares de visualizações nas plataformas digitais. Will compôs as instrumentais de sons com nomes de peso como, Bk, Don L, Rodrigo Ogi, Coruja BC1, Luccas Carlos, Tássia Reis, a própria Flora Matos e muitos outros, mostrando que ainda tem muito o que conquistar dentro da cena.

Capa do ábum Febre Amarela, que conta com várias participações

E como funciona o processo de produção do WillsBife, o que ele faz para se inspirar? 

Alguns músicos têm um ritual que ajuda na hora de compor. Ouve um som, bebe alguma coisa, assiste algo, troca uma ideia com alguém. No caso do Will, ele busca controlar seu estado de espírito para a música surgir de forma orgânica, mas não tem um ritual em si. 

“Lógico que tem vezes que você está no estúdio com um artista e não pode se dar ao luxo de estar inspirado.”

Completa o cara responsável por produzir dezenas de artistas de todo o país.

Descendente coreano, amarelo, e com o papel de ser produtor de um gênero legitimamente preto e do guetto, Will ressalta também a insatisfação com a desigualdade do mercado musical. Já que brancos sempre venderam mais. Por isso, ele enxerga a importância de se aliar com quem representa as origens do rap e sempre esteve numa posição sem privilégios nas artes.

Foco na carreira musical

Hoje, proprietário da sua própria gravadora, a WS Records, e com uma lista de hits, WillsBife mantém o foco no álbum deluxe do Febre Amarela e no futuro da sua carreira.  Com vários lançamentos na pista e uma série nas redes sociais que mostra o passo a passo dos seus beats, Will mantém a interação com seu público mesmo sem poder se apresentar devido ao coronavírus. 

O produtor ainda concluiu que 2020 foi um ano complicado para a classe artística e espera ansiosamente pelo fim da pandemia, para assim voltar a fazer shows e alçar novos voos no rap nacional.  Afinal, a tag  “ WillsBife tá no beat, é hit!” tem que rodar o Brasil.

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Uesley Durães

Nordestino periférico apaixonado pela cultura Hip Hop e jornalista. Duas décadas tentando dar o meu melhor nas minhas piores fases.

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